Você sabia que a energia total gasta com motores elétricos, refrigeração, ar comprimido e iluminação pode representar mais de 50% dos custos em energia da sua empresa? Com constatações como essa e diante da atual crise hídrica e do Programa de Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica para unidades consumidoras do Sistema Interligado Nacional, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) lançou, nesta sexta-feira (03/09), a cartilha Orientações para Eficiência Energética na Indústria. A ação, proposta pelo presidente da Fieg, Sandro Mabel, mostra aos empresários goianos formas simples e cotidianas de baixar o consumo de energia dentro das indústrias, sobretudo diante do risco de apagão no atual cenário de escassez hídrica.
"Estamos passando por um delicado momento, com nossos reservatórios comprometidos pela escassez hídrica. Precisamos unir esforços para que o sistema não entre em colapso", frisou Sandro Mabel, citando o risco de racionamento de energia. De acordo com dados da CNI, a indústria é responsável por cerca de 41% do consumo de energia elétrica do País, com 573 mil unidades consumidoras industriais. Somente em Goiás, são 20.234 estabelecimentos do setor, que geram 318.276 empregos.
"A energia é insumo básico para operação das indústrias. Em um momento que lutamos para retomar o crescimento e minimizar os impactos econômicos da pandemia, o risco de apagão é um balde de água fria na recuperação da produção e dos empregos. Todos precisamos fazer nossa parte para evitar esse cenário", defendeu.
O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Fieg, Célio Eustáquio de Moura, reforçou que a iniciativa da federação vem em momento adequado, quando o agravamento da crise exige o envolvimento de toda sociedade. "Queremos dar condições às indústrias de melhorarem a eficiência energética, apostarem na economicidade e gerar maior equilíbrio entre consumo e geração de energia no Brasil", destacou.
Na webcoletiva, Célio Eustáquio explicou detalhes sobre o Programa de Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica, lançado pelo governo federal, que prevê mecanismos de bonificação aos consumidores empresariais e residenciais, e reforçou que a crise não é só energética, mas principalmente hídrica. "Juntamente com a economia de energia é muito importante também economizarmos água."
O posicionamento também foi reiterado pelo presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMAS) da Fieg, Flávio Rassi. "É muito importante pensar em estratégias para economia hídrica nas indústrias, aproveitando melhor esse insumo tão importante e caro ao setor produtivo, com ações para tratamento de efluentes e consumo consciente", salientou.
De acordo com Rassi, 65% da energia consumida no Brasil é produzida em hidrelétricas e a escassez hídrica tem impacto nos mananciais, nos reservatórios e na produção de energia. "O consumo consciente de água é muito importante para termos energia suficiente e energia mais barata. Quando precisamos acionar termoelétricas, o custo do insumo sobe muito e muda o sistema de bandeiras tarifárias, pesando para os consumidores como um todo."
Com a cartilha, a Fieg busca promover e difundir o uso eficiente de energia no segmento industrial, sem comprometer a segurança, a qualidade e a capacidade de produção. A publicação abrange os principais usos de energia elétrica no processo produtivo, visto que o setor apresenta grande variedade de atividades.
A webcoletiva foi acompanhada pelo vice-presidente da Fieg Emílio Bittar; pelo presidente da Fieg Regional Anápolis, Wilson de Oliveira; pelo presidente do Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Empresa (Compem-GO) da Fieg, Jaime Canedo; e pelo superintendente do Sesi Senai Goiás, Paulo Vargas.
VEJA AQUI ÍNTEGRA DA CARTILHA: Orientações para Eficiência Energética na Indústria.
SAIBA MAIS Em vigor desde 23 de agosto de 2021, o Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica para unidades consumidoras do Sistema Interligado Nacional concede bônus a indústrias que economizarem energia. O objetivo é atender ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em meio à crise hídrica que afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas. O programa, de caráter "excepcional e temporário", terá duração até 30 de abril de 2022.
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